Identidade Visual: o que é e para que serve?
- Daila Lopes
- Apr 9, 2021
- 5 min read
Updated: Apr 14, 2021
e será que a sua marca tem uma?)

foto por Pixabay (desculpe, mas esqueci de anotar o autor), com modificações de Daila Lopes
“Não quero beleza, quero identidade”, escreveu Clarice Lispector em “A Paixão segundo GH” em 1964.
Sinceramente eu não li o livro e não saberia te dizer o que ela quis dizer com isso, mas eu me deparei com a frase e achei-a bem propícia para o nosso assunto de hoje: identidade visual de marcas (principalmente ligadas ao varejo que é aminha praia!).
Ser bonito ou feio é uma questão subjetiva, mas ser eficiente não. E a identidade de uma marca deve ser eficiente. Ou seja, ela deve fazer com as pessoas lembrem-se da marca sem que esta necessite ficar martelando seu nome em todas as oportunidades.
E é focado na eficiência da identidade que vamos aprender neste artigo:
O que é identidade visual;
O que entregar em um projeto de identidade visual; e
Como levar a identidade visual para o ponto de venda.
Mas afinal, o que é esta tal de identidade visual?
Identidade por si só, é um termo difícil de definir. É quase um sentimento e, como tal, difícil de exprimir em palavras e mais fácil de ser compreendido em exemplos.
Diz o dicionário:
“conjunto de características que distinguem uma pessoa ou uma coisa e por meio das quais é possível individualizá-la.”
A identidade visual de uma empresa é composta por vários elementos visuais – entre eles a logomarca, cores, fontes etc.
Mas, como eu disse, é mais fácil ver para crer. Para isso, vou me permitir fugir dos exemplos já banalizados da Coca Cola e do McDonald´s e citar alguns mais específicos da nossa área:

montagem de Daila Lopes
A probabilidade é de que, mesmo sem conter a logomarca, o nome ou o produto, você reconheceu as marcas... isso é resultado de um excelente trabalho de identidade visual.
É claro que, para chegar a este estágio de reconhecimento, leva tempo. Tempo e repetição. E criatividade para que todos os elementos sejam combinados e explorados de forma individual e de maneiras diferentes para que sejam associados à marca e não à determinada campanha ou produto.
A vantagem competitiva que uma marca tem quando chega neste estágio é enorme, afinal, o que mais importa é estar na mente do consumidor. Daí para a compra é apenas questão de oportunidade e/ou necessidade.
A associação é tão forte que concorrentes acabam utilizando alguns elementos para pegar emprestadas qualidades associadas à marca “original”.

É o caso de lojas de semijoias que usam o famoso turquesa lá de cima para pegar emprestadas as qualidades de luxo e beleza. Isso até acontece, porém, na mente do consumidor a primeira coisa que aparece é a marca original. Depois ele entende que se trata de uma concorrente.
Cuidado com isso.
Se for necessário, use os elementos de forma diferenciada e em conjunto com outros ingredientes que permitam à sua marca construir a própria identidade, senão ela estará sempre à sombra de outras.
Tá, mas e na prática, o que compõe um projeto de identidade visual?
Entendi, você é arquiteto e precisa colocar isso em prática, em um projeto para entregar ao cliente, certo?
Nesta Guia de Identidade Visual, um caderno, você precisa contemplar:
Logomarca (o desenho + a escrita do nome) em suas várias aplicações (vertical, horizontal, colorida, P&B, grande, pequena etc);
Cores - não precisam se limitar às cores do logo. O ideal é compor uma paleta para que possam ser usadas em diversas situações sem ficar cansativo;
Elementos gráficos – podem estar associados à logomarca ou não. Podem ser desenhos gráficos, como as 3 listras da Adidas ou orgânicos, como a asa estilizada da Nike;
Fontes e onde devem ser usadas – logo, mensagens corporativas, site, blog etc
Papelaria – cartão de visita e papel timbrado (que devem conter alguns dos elementos aí de cima)
Como exemplo, segue abaixo a identidade visual do Arquiteto 4.0 pra você entender melhor:

Na imagem acima, você pode ver as várias formas de logomarca, símbolos, formas geométricas e cores que utilizamos na nossa identidade.
E como levar isso pro ponto de venda?
Se eu fizer esta pergunta nos stories do Instagram, 9 entre 10 pessoas vão responder “através da logomarca na fachada” e a outra “usando as cores na fachada”.
Mas você, a partir de agora, vai ser um pouco mais complexo e profundo que isso comigo e com seu cliente, combinado?
Claro que a logomarca é importantíssima na fachada. Claro que trazer as cores da logomarca para a fachada e para o interior da loja ajudam o cliente a perceber onde ele está, mas parar por aí é desperdiçar a chance de fazer novas conexões e aprofundar a relação do cliente com a marca.
Aliás, é importante saber que o ponto de venda – cada vez mais e com a explosão do e-commerce por conta da pandemia, sem previsão de volta – passa a ter a função de relacionamento com o cliente e não mais como lugar de compra. Por isso é essencial que a experiência seja marcante e um ambiente agradável e funcional servem a este propósito.
Fechando estes parênteses, muitas vezes a arquitetura da loja acaba criando elementos da identidade visual. Quando falamos de projetos de arquitetura de varejo bem elaborados, desenvolvidos por profissionais capacitados que entendem esta função da loja, vemos projetos que transformam os valores da marca em elementos físicos.
É o caso da Farm, por exemplo, que traduz a espontaneidade e alegria tipicamente carioca e a preocupação com a sustentabilidade através de espaços amplos, claros, com bastante vegetação (ainda que artificial, afinal nenhuma plantinha sobrevive a ar-condicionado e iluminação artificial por muito tempo, né?) e materiais rústicos como a palha, entre outros.

projeto by be.bo
Outro exemplo que vale a pena ser estudado são as novas lojas da Natura.

As lojas da Adidas, por sua vez, transformam as 3 listras em elementos de condução do cliente da calçada para o interior, em luminárias e outros detalhes. É uma forma bem mais simples de incorporar a identidade visual, mas eficiente.
E, como eu falei lá no começo, não queremos (apenas) beleza, queremos identidade. E isso todas estas lojas conseguem.
projeto by Patricia Anastassiadis
Resumo:
A identidade visual da marca deve transmitir os valores da empresa e qualidades associadas aos produtos, como luxo e atemporalidade, no caso de joias, agilidade e saúde no caso de lojas de esportes e assim por diante;
Um projeto de identidade visual é mais do que a logomarca; é feito de cores, símbolos, fontes e referências visuais;
Um bom projeto de arquitetura de varejo incorpora a identidade visual e pode até criar elementos;
Ser reconhecido pela sua identidade demanda tempo e esforço, mas vale a pena;
Seja criativo para não ser cansativo, vá além da logomarca e das cores em seu projeto e na sua loja.
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Abraços e até a próxima.
Daila Lopes
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