10 soluções de fachadas de loja pra você se inspirar e despertar sua criatividade
- Daila Lopes
- Jun 17, 2021
- 7 min read
(e o que você deve aprender com elas!)
Boa parte do trabalho de todo arquiteto e designer de interiores é buscar referências. Seja para formar uma nova ideia para um trabalho específico, seja para se manter atualizado ou para montar um moodboard para o cliente.
Entretanto, a maioria dos profissionais se atém apenas à questão estética e não conceitual das imagens e seus projetos. É por isso que vemos tantas releituras que poderiam muito bem ser chamadas de cópias. É o caso desta fachada que você já deve conhecer:

👆 Original
👇 Releituras:

A diferença é sutil, mas, na minha opinião, uma releitura exige um contexto e/ ou uso e/ou material e/ou cores diferentes.
Bem disse Coco Chanel:

E ensinar você a copiar NÃO é o nosso objetivo aqui. Neste artigo, vamos falar de inspiração e compreensão, para que você enxergue e entenda o conceito destes projetos e consiga aplicá-los – preferencialmente numa versão melhorada – em seus próprios projetos.
Quando desenvolvemos o anteprojeto de uma loja, a tendência é deixarmos a fachada por último, quase que uma consequência do layout, ou seja, uma parede sem conceito por si só; contudo, considerando-se a importância dela para a correta a percepção do consumidor em relação à marca e seus produtos, será que esta é mesmo a melhor forma de projetá-la?
Ou será que deveríamos ter uma concepção já pré-determinada e depois moldá-la de acordo com o layout? Um conceito que resolva os “problemas” definidos pelo entorno, público-alvo e sortimento?
Eu, particularmente, creio nesta última hipótese. Acredito que, ao montarmos um moodboard, seja de fachada ou de qualquer outro aspecto do projeto, é necessário sabermos explicar o porquê daquelas referências, quais situações ele resolve e suas vantagens sobre outras opções descartadas.
E foi com este olhar que as fachadas abaixo foram selecionadas e agrupadas.
Vamos lá?
1 - Fachadas de lojas térreas com vizinhos superiores

A Fai Fah na verdade não é uma loja, mas um programa social corporativo bancado por um banco (leia mais aqui) que atuou neste edifício, reformando as 2 lojas do térreo e os pavimentos superiores para o programa.
No nosso cotidiano de retail designer, muitas vezes precisamos intervir em lojas que ocupam o andar térreo e que dividem o condomínio com outros locatários. Nestes casos, se trabalharmos apenas com a porção da fachada que realmente lhe cabe, dependendo das medidas e proporção em relação ao conjunto, provavelmente ela desaparecerá.
Criar uma solução de fachada que englobe toda (ou boa parte) da face frontal do prédio é uma ótima saída, porém é preciso garantir a ventilação e iluminação natural dos andares superiores, por isso, a solução vazada é altamente funcional, além de elegante.
Os materiais usados podem ser diversos, mas os principais são: chapas de acm perfurados, telhas galvanizadas e madeira tratada.
Lembre-se que, quanto mais vazada for o desenho deste elemento vazado, mais importante é tratar a fachada por trás dela.
Outros exemplos:
2 – Fachadas monocromáticas

Se o objetivo é se destacar, usar a técnica de colorblock costuma ser uma alternativa eficiente e de baixo custo.
Porém, quanto maior a poluição visual do entorno, maior a área desta fachada deve ser para alcançar este objetivo.
Lembre-se que, para conseguir este efeito, a área de cor deve ser maior do que a área transparente, por isso não é uma solução que funciona muito bem com lojas baixas e entradas amplas.
Outro cuidado que você deve ter é a escolha da cor. Dê preferência a cores vibrantes e pouco usadas no entorno. Arrisco dizer que o amarelo e verde limão são as mais eficientes nesta categoria.
Cores neutras só costumam funcionar em fachadas de grandes proporções uma vez que são tons bastante utilizados na paisagem urbana.
Lembre-se de considerar a teoria das cores para se certificar que a mensagem que está passando é consistente com os valores da marca e público-alvo.
Outros exemplos:
3 – Fachadas que mexem com os sentidos do consumidor

Toda vez que olho esta foto, ela me remete à Hogsmead, a pequena aldeia 100% ocupada por bruxos perto de Hogwarts (da saga Harry Potter, caso você não reconheça os nomes).
Tudo bem que eu gosto de livro, e tenho uma certa tendência a entrar em livrarias em geral, mas tenho certeza de que uma fachada como esta atiça a imaginação de muita gente.
Mexer com a imaginação, sentidos e emoção do público é uma grande vantagem para qualquer ponto de venda, atraindo clientes já predispostos a consumirem ali (lembre-se que a maior parte das compras é emocional e não racional!)
Outros exemplos:
E qualquer loja da Disney que você puder pensar....
4 – Fachadas criativas também podem ser simples

Um toldo, um letreiro e uma bicicleta pintada.
Não é preciso muito dinheiro para uma fachada atrair atenção, mas sim criatividade e originalidade.
O grande segredo aqui é o casamento entre o minimalismo das linhas e o contraste de cores. O que poderia ser paradoxal transformou-se em efeito.
Lembre-se que a imagem fala mais que mil palavras, especialmente em um fachada com tão poucas informações, por isso é importante que a imagem escolhida seja diretamente ligada à atividade do ponto de venda em questão.
Outros exemplos:
5 – Fachadas verdes

Um capítulo à parte, mas na linha do item anterior, da simplicidade, as plantas – naturais ou artificiais – também mexem com os sentidos das pessoas, trazendo sensação de bem-estar, relaxamento, qualidade, saúde.
É uma fórmula interessante a se adotar mesmo que os produtos não sejam diretamente ligados à saúde e bem-estar; porém, para ser realmente efetivo, deve ser seguida por todo o projeto, especialmente nos materiais utilizados.
Imagine uma loja de tecnologia, toda cinza prata, com luz fria. Agora coloque plantas nesta imagem. Qual a sensação que vem à sua mente? À minha vem plantas moribundas, fracas e sem vitalidade, mesmo que artificiais... É um conjunto que não combina, como limonada com sal...
Outros exemplos:
6 – Fachadas iluminadas
Tem fachada que nasceu pra brilhar. Literalmente. São fachadas onde a arquitetura e a iluminação cresceram juntas, e uma não vive sem a outra.
Particularmente eficiente em entornos onde há uma vida noturna efervescente, elas acabam virando atração. E não estou nem falando de tecnologia de realidade aumentada, nem painéis de led. Pura e simplesmente luz.
Os principais cuidados nestes projetos são:
· Manutenção – é preciso prever um acesso fácil para trocar lâmpadas, fontes e drivers;
· Temperatura de cor da lâmpada – não tem certo e errado, depende do efeito desejado. Você pode optar até por led RGB (aquele que troca de cor)
· Custo – nem tanto pela iluminação em si, mas pelo vidro que veda a fachada. É um material caro...
Outros exemplos:
7 – Fachadas dinâmicas
Quem disse que a fachada precisa ser igual todo dia?
Se o cliente busca novidades na vitrine, nos produtos, no atendimento etc., parece lógico pensar que uma fachada que possa ser alterada conforme o dia, o clima, a campanha, entre outros, atrairá a atenção de quem costuma circular na frente.
É claro que painéis de leds são a primeira solução que nos vem à mente, mas acho interessante ressaltar que não precisamos da tecnologia para isso. Dobradiças, trilhos, corrediças também podem dar conta do recado.
8 – Grandes fachadas que souberam ser leves

Em geral, quando pensamos em megalojas, pensamos em grandes caixotes completamente fechados. Este conceito vem dos shoppings americanos da década de 80, cujos espaços eram projetados (e até hoje replicados sem consciência crítica) para que o consumidor perdesse a noção do tempo.
Entretanto, existem alguns exemplos contrários que nos servem de modelo para uma arquitetura mais inclusiva e mais voltada para o entorno que, em vez de se tornarem elementos divisórios, tornam-se marcos.
As principais características destes edifícios são a volumetria trabalhada, e o uso massivo de painéis de vidro (preferencialmente transparente) que entrelaçam os espaços públicos e privados.

9- Produtos que viraram fachada

Algumas marcas têm produtos tão emblemáticos, que estes se tornam parte da identidade visual da empresa como um todo.
É o caso do monograma da Louis Vuitton, por exemplo, que nasceu como estampa do couro de uma linha de produtos e acabou se tornando a “cara” da marca e do xadrez da Burberry.
Já a fachada da Bottega Veneta reproduz as bolhas do champanhe, sua bebida mais famosa, de forma genial. É, com certeza, um dos exemplos que eu mais gosto pela sua criatividade.
Porém, preste atenção na fachada da Dolce Gusto que se utiliza das cápsulas de café. A ideia é incrível e o efeito lindo, mas, se você tirar o letreiro, eu aposto que a maioria das pessoas associaria a fachada à sua concorrente Nespresso, empresa que lançou esta embalagem e deteve a patente por anos.
Se precisamos sempre cuidar para não associar a fachada de uma loja à uma concorrência através das cores e formatos, devemos ter a mesma cautela quando usamos um produto como base do desenho.
Outros exemplos:
10 – Fachadas que incorporaram a marca

Especialmente interessante quando você for projetar em locais com alguma versão da Lei Cidade Limpa (nome paulistana que trata, entre outras coisas, da regularização e padronização de letreiros em fachadas comerciais), ou na maioria das grandes capitais brasileiras.
No caso de você desconhecê-la (algo absolutamente normal para quem não trabalha com comercial), segue aqui uma cartilha da prefeitura de SP super explicativa, mas a princípio basta entender que o tamanho do letreiro é ditado pelo comprimento da fachada e que ele nunca pode ficar acima de 5,0m do solo, o que acaba engessando bastante este tipo de comunicação visual.
Uma brecha (se proposital ou não, não sei dizer) é a possibilidade de colocar o logotipo em baixo relevo, como no aso da Tok & Stok. Neste caso, não é necessário seguir as instruções da lei referentes às dimensões e posicionamento.
Outros exemplos:
Bem, esta foi minha seleção de fachadas para hoje, gostou?
Se você tem alguma inspiração, manda pra gente, quem sabe fazemos uma continuação deste assunto...
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Vejo você do outro lado!
Abraços e até a próxima.
Daila Lopes
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